caio negro

caio negro
CAIO NEGRO NO PALCO GRUPO NOSSA CARA PRETA

Total de visualizações de página

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Documentário conta a história de Bezerra da Silva

Bezerra da Silva se tornou um dos mais populares sambistas brasileiros. A especialidade dele era retratar a malandragem, a vida no morro e fazer críticas ácidas e bem-humoradas.
A história do músico, que morreu em 2005 aos 77 anos, é o tema do documentário “Onde a Coruja Dorme”.
Muitos antes do Funk e do Rap de favela, o pernambucano Bezerra da Silva se tornou um grande personagem do samba carioca como o criador do “Sambandido” e de um estilo que o fez cultuado como um grande mestre da nossa melhor malandragem. É o que mostra o documentário “Onde a Coruja Dorme”.
Quando chegou ao Rio de Janeiro, Bezerra viveu na rua como mendigo durante sete anos. Salvo pela religião, ele conseguiu começar na música, mas só encontrou o sucesso quando começou a gravar os sambas de seus amigos das favelas, muitas vezes anônimos por motivos, digamos, de segurança pessoal. “O que faz dos autores, ele diz cantando aquilo que ele queria dizer com a música. E eu sou o campeão. Então como eles dizem a realidade, que dói, eles dizem que sou cantor de bandido. Porque os autores que escrevem para mim são favelados”, afirma Bezerra da Silva.
Com clássicos como “Defunto Caguete”, “Overdose de Cocada”, “Candidato Caô” e “Pai Véio 171″, Bezerra foi um precursor do Funk proibidão e até do gangsta Rap americano.
Um dos melhores discos do Bezerra é o que ele gravou 1995 com seus colegas de malandragem Moreira da Silva e Dicró. Para sacanear os três Tenores, Pavaroti, Domingo e Carreras, se chamaram de os Três Terrores.
Ninguém no mundo do samba teve tanto prestigio e foi tão querido entre os rappers e roqueiros como Bezerra da Silva, que teve entre seus grandes fãs Lobão, Marcelo D2, O Rappa, Barão Vermelho, que foram seus parceiros, o homenagearam em suas músicas e regravaram seus sucessos.
O documentário será mostrado em combinação com uma homenagem musical de estrelas brasileiras do Hip Hop, R’n’B e Samba.
Os direitores do filme estão entusiasmados com a participalção no Miami Film Festival. “Bezerra da Silva é tido com grande estima pelo povo brasileiro e queremos trazer sua música para os EUA e mostrar o mundo de inspiração por tráz de seu lirismo”, afirma Márcia Derraik.
Biografia
Foi de Pernambuco para o Rio de Janeiro aos 15 anos escondido em um navio, e lá ficou trabalhando na construção civil. Tocava percussão desde criança e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950. A partir daí passou a atuar como compositor, ins-trumentista e cantor, gravando seu primeiro compacto e 1969 e o primeiro LP seis anos depois. Inicialmente gravou côcos sem sucesso.
Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar seu público. O repertório de seus discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo “sambandido”, precursor mesmo do “gangsta rap” norte-americano.
Antes do hip hop brasileiro, ele passou a transmitir do outro lado da trincheira da guerra civil não declarada: “Malandragem Dá um Tempo”, “Seqüestraram Minha Sogra”, “Defunto Cagüete”, “Bicho Feroz”, “Overdose de Cocada”, “Malandro Não Vacila”, “Meu Pirão Primeiro”, “Lugar Macabro”, “Piranha”, “Pai Véio 171”, “Candidato Caô Caô”. Em 1995 gravou pela Sony “Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert”, uma paródia ao show dos três tenores, Pavarotti, Domingo e Carreras. O sambista virou livro em 1998, com “Bezerra da Silva - Produto do Morro”, de Letícia Vianna, e agora é tema de documentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário