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CAIO NEGRO NO PALCO GRUPO NOSSA CARA PRETA

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

V Encontro Paulista de Hip Hop

Mais uma vez, a vida, não a ciência, cria a vida; somente a ação espontânea do povo pode criar a liberdade. Sem dúvida, será bastante feliz que a ciência possa, a partir de agora, iluminar a marcha do povo para a sua emancipação. Mas é melhor a ausência de luz do que uma luz trêmula e incerta, servindo apenas para extraviar aqueles que a seguem.”
Mikhail Bakunin
O Encontro Paulista de Hip Hop realizado, desde 2007, pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Assessoria de Hip Hop objetiva-se em debater e fazer fruir importantes conceitos da cultura hip hop, além de ampliar a discussão acerca das políticas públicas para e com a juventude, valorizando a auto-estima e trazendo, para a prática, o fomento de questões como: ações afirmativas; combate a qualquer tipo de discriminação; políticas de gênero; entre outras.
Para alcançar nossos objetivos temos, como fio condutor, práticas da educação formal e informal atrelados a cultura. Nos parece que, por meio dos processos educativos, podemos refletir, contextualizar e concretizar ações que fortalecem, estimulam e contribuem para a valorização das expressões da cultura hip hop, incentivando a participação plena e efetiva de seus atores e protagonistas na elaboração e desenvolvimento de políticas, programas e projetos culturais, para o reconhecimento do hip hop como elemento importante da cultura brasileira.
O Encontro Paulista de Hip Hop possui amplos instrumentos para discussões de variados temas, onde pesquisadores, estudantes e até curiosos podem extrair elementos para ampliação e fortalecimento desta cultura.
Na atual conjuntura, para a construção de nossa identidade, precisamos conhecer e reconhecer os personagens que há mais de 20 anos, produzem o hip hop no Brasil.
Como alçar vôos em busca da transformação social, sem saber a respeito dos componentes fundadores da cultura afro-brasileira? Impossível. Se a memória sobre os negros foi, e ainda é, diluída na história oficial do Brasil, cabe a nós fazê-la emergir. A cultura nos parece ser o principal instrumento para tal ação. Como fala Joaquim Barbosa Gomes:
“Assim, além do ideal de concretização da igualdade de oportunidades, figuraria entre os objetivos almejados com as políticas afirmativas o de induzir transformações de ordem cultural, pedagógica e psicológica, aptas a subtrair do imaginário coletivo a idéia de supremacia e de subordinação de uma raça em relação à outra, do homem em relação à mulher. O elemento propulsor dessas transformações seria, assim, o caráter de exemplaridade de que se revestem certas modalidades de ação afirmativa, cuja eficácia como agente de transformação social poucos até hoje ousaram negar.” (2)
O formato do Encontro Paulista de Hip Hop procura, por meio de, ações afirmativas que já acontecem em diversos locais do Estado de São Paulo, viabilizar um espaço onde os clássicos elementos – MC, DJ, Break e Grafitti – possam dialogar entre si e, entre outros, como: a literatura, novas mídias, artes gráficas, capoeira, repente, samba, culturas populares.
Na curadoria do V Encontro, indicamos a filiação do hip hop com sua matriz, a cultura negra. No Memorial da América Latina, encontramos esta característica nos tambores sagrados amalgamados com as pick-ups, no improviso do repente com o rap, nos debates de reconhecidos pesquisadores do mundo acadêmico com jovens ativistas do hip hop do Espaço Baobá, nas oficinas de Dj`s, junto aos dançarinos e grafiteiros.
Compomos com outras linguagens, da poesia e literatura periférica do Espaço Omi, da exposição de low rider`s e low biker`s, das livrarias especializadas em educação e cultura negra, da exibição de filmes e documentários, das contadoras de estórias do Espaço Erê e dos lançamentos de livros. Desta maneira, entendemos que o globalizado hip hop pode impulsionar as questões do racismo e anti-racismo, não apenas como um fenômeno ideológico e político, mas também “das formas concretas diversificadas, múltiplas” 3 que, por vezes, são reproduzidas e relativizadas no interior de organizações públicas e privadas. Para que, mais uma vez, o Hip Hop e as questões do racismo não sejam esquecidas no debate da diversidade.
(1) Curadora do V Encontro Paulista de Hip Hop -2011
(2) Joaquim B. Barbosa Gomes.//O Debate Constitucional sobre as Ações Afirmativas. São Paulo, 2005. Disponível clicando aqui. Acessado em: 01 mai. 2011.
(3) WIEVIORKA, Michel. Mutação do racismo. In BERNARDO, Teresinha. e CLEMENTE, Claudemir Corrêa. (Org.). Diásporas, redes e guetos. Tradução de Dorothea Voegeli Passetti. São Paulo, CAPES/EDUC, 2008. p.40.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Campanha da Secretaria de Estado da Cultura seleciona vídeodocumentários curtos sobre a população negra

A Secretaria de Estado da Cultura está com as inscrições abertas para a campanha participativa “Nós, os afro-brasileiros”, visando à conscientização para a diversidade étnica e cultural. Qualquer pessoa pode se inscrever com pequenos vídeodocumentários de 3 a 5 minutos, apresentando personagens, fatos, lugares e histórias que tenham como base o fortalecimento da população negra. As inscrições podem ser feitas pelo site www.cultura.sp.gov.br/generoseetnias.

Pensada dentro das comemorações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, declarado em 2011 pela Organização das Nações Unidas, a campanha “Nós, os afro-brasileiros” estimula a produção do público, que terá seu material avaliado pelo curador Jéferson DE. Os 40 vídeos selecionados serão editados num DVD produzido pela Secretaria de Estado da Cultura e exibidos em mostras. O tema dessa campanha foi escolhido através de parceria com o Museu Afro Brasil.


“A cultura é um dos caminhos para transformar as pessoas e a sociedade. Realizando campanhas como esta, estamos agindo diretamente para reduzir preconceitos, promovendo o reconhecimento e o fortalecimento de grupos hoje discriminados”, afirma o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.


A ação é coordenada pela Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias que, desde 2007, realiza campanhas com foco no combate às discriminações e no fortalecimento das identidades. Neste ano, além de “Nós, os afro-brasileiros”, foram lançadas também “Laços afetivos”, com foco na diversidade sexual, e “Pela arte se inclui”, que reunirá exemplos de ações e projetos de inclusão de pessoas com deficiência.


Em
“Laços afetivos”, o público poderá contribuir com crônicas, depoimentos e reportagens sobre as relações familiares, de amizade, no trabalho e na escola, entre pais e filhos heterossexuais ou homossexuais. Os melhores trabalhos serão selecionados pelos curadores Laura Bacellar e João Federici; os ganhadores farão parte de um livro.

Já em “Pela arte se inclui”, os melhores exemplos de trabalhos ligados à inclusão de pessoas com deficiência nas áreas da literatura, dança, fotografia, teatro, canto, música, circo, desenho e cinema também vão compor um livro/catálogo e participar de programação montada por ocasião das datas comemorativas de pessoas com deficiência.



Inscrições

Os interessados poderão se inscrever no endereço:

www.cultura.sp.gov.br/generoseetnias

 Qualquer pessoa pode participar da campanha “Nós, os afro-brasileiros”, inclusive com vídeos caseiros. Inscrições acontecem na internet