s túnicas coloridas usadas por Afrika Bambaataa foram um show à parte. Além das roupas, acessórios inusitados compunham o visual do canto |
RIO - O sol castigava a plateia no dia mais quente do Rock in Rio
quando Afrika Bambaataa apareceu no Palco Sunset do Rock in Rio. Sem
piedade, ele fez as temperaturas subirem ainda mais comandando - com o
reforço de uma banda de que reunia mais de uma dezena de músicos (como o
baterista Duani), da cantora Paula Lima e do rapper português Boss AC -
um bailão que, a despeito do clima farofa, oba-oba, trouxe boa música e
pôs o povo para dançar.
Em meio às rimas em inglês e português (com e sem sotaque
de Portugal), Bambaataa, sujeito que lançou as bases para a fundação do
hip hop (e do funk carioca), se dirigia à plateia, dialogava com os
músicos e fazia o papel de mestre de cerimônias de sua Zulu Nation
(espécie de irmandade espiritual-musical criada por ele). Com direito a
troca de figurino - a primeira delas quando Paula Lima cantou "Quero ver
você no baile". Jogando para a plateia, um dos rappers presentes no
palco - entre vários "say yeah" e "say ho" e alguns "let's make some
noise" - chegou a puxar um coro de "Eu sou brasileiro/ Com muito
orgulho/ Com muito amor". Dispensável, mas que, abraçado pelo público,
se mostrou afinado ao espírito do baile.
Bambaataa lembrou clássicos como "Planet rock" (sua) e
"Jungle boogie" (Kool & The Gang). Na festa, o rap flertou com
sonoridades latinas (algo que seduziu pessoas de todas as idades
espalhadas pelo gramado) e batuques afro (o maculelê-tamborzão em que se
transformou "Mangueira" foi um dos grandes momentos do show). Ao fim,
"Sossego" de Tim Maia, com a plateia cantando junto, resumiu o tom da
festa - som manjado, mas ótimo e infalível.
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